05-06-2014 17:55
De acordo com um trabalho de investigação realizado pela Faculdada de Medicina da Universidade do Porto (FMUP), os adolescentes fumam com o intuito de melhorar o seu estatuto social junto dos colegas e apontam a pressão do grupo como uma das principais causas para começarem a fumar. Os jovens relacionam o acto de fumar com um desejo de emancipação, sendo que alguns adolescentes referem também a vontade de experimentar.
Estes são alguns dos resultados de um estudo da autoria de Sílvia Fraga, investigadora da FMUP, que servem de mote a um evento organizado pela Faculdade de Medicina, dirigido a Escolas, no Dia Mundial Sem Tabaco, assinalado na próxima terça-feira. A iniciativa tem como tema «Consequências do Tabagismo na Adolescência» e decorre entre as 10h e as 13h, na Aula Magna da FMUP.
De acordo com Teresa Duarte, responsável pelo Gabinete de Relações Públicas da FMUP, “com esta iniciativa, pretende-se alertar os mais novos para as consequências do acto de fumar a curto e médio prazos”, ajudando os jovens a resistirem à pressão do grupo, identificada pelos investigadores da FMUP como um dos factores mais importantes para a iniciação do tabagismo na adolescência.
Num estudo prévio, em que 2036 adolescentes de 13 anos foram avaliados quantitativamente no âmbito do Projecto EPITeen, da FMUP, mostrou-se que 19,9 por cento dos adolescentes já tinha experimentado fumar, 1,8 por cento faziam-no ocasionalmente e 1,3 por cento fumava pelo menos um cigarro por dia.
Estes resultados foram complementados com um estudo qualitativo, em que 30 desses adolescentes (15 rapazes e 15 raparigas) foram entrevistados com o objectivo de avaliar as representações sociais subjacentes ao comportamento de fumar.
